Sentado em uma cadeira na varanda de sua casa, no Conjunto Bela Vista, o deputado estadual Jamyl Asfury concedeu uma entrevista exclusiva ao jornalista Ailton Oliveira. De forma bem descontraída falou de política, religião, profissão, família e vários outros assuntos.
Casado há mais de 20 anos com a pastora evangélica Sandra Asfury, pai de três filhos, duas moças, Gabriella e Rafaella Asfury e um rapaz, Luiz Claudio Asfury. Evangélico há 19 anos, formado em engenharia civil pela Universidade Federal do Acre, mestre em administração pública (MBA), policial federal, especialista em segurança, sindicalista, professor e pastor evangélico, o deputado tem um currículo profissional e espiritual respeitável e, baseado na experiência que adquiriu com os estudos e na prática de suas funções, tem procurado atuar no parlamento de forma diferenciada, fiscalizando as ações do executivo com a preocupação de apresentar junto com a crítica a solução para o problema.
Nesta entrevista Jamyl Asfury fala também sobre suas viagens aos municípios do interior do Estado para colocar seu mandato a disposição das comunidades organizadas e estruturar seu partido para as próximas eleições. O deputado faz também uma avaliação do atual governo.
J.A – Estou aprendendo muito. Uma avaliação já tenho, uma coisa é você está fora, outra é você estar fazendo parte do parlamento. É uma visão totalmente diferente. Mas acredito estar cumprindo bem o meu papel. Na campanha eu fiz apenas três promessas. A primeira é que nunca deixaria Deus em segundo plano na minha vida. A segunda que nunca deixaria a minha esposa (Nessa hora, em uma reunião que tinha muitas mulheres presentes, a Sandra levantou aplaudindo e gritando é isso aí – Risos). A terceira promessa foi que eu dedicaria a minha vida a esse mandato, e é o que estou fazendo. Para não comprometer minha vida familiar e espiritual, o mesmo horário de expediente que eu cumpria na polícia diariamente, procuro cumprir com as atividades parlamentares. Na verdade, acabo ultrapassando esse horário, trabalhando nos fins de semana e feriados.
A.O – Pois é, o senhor tem viajado muito pelo interior do Estado, se reunido com as comunidades organizadas chamando associações, sindicatos e cooperativas para participar de seu mandato. Como seria isso?
J.A – Eu estou deputado porque fui um dos escolhidos pela população para representá-la e servir ao meu Estado no legislativo.
Esse mandato não é meu é do povo, por isso, estou percorrendo o Estado para conhecer a realidade de cada comunidade e me oferecendo para realmente ser seu representante. Eu sempre digo que, para uma pessoa simples ou até mesmo representantes de entidades de classe, ter acesso a certas instâncias do poder público é mais fácil na companhia de um deputado. Quero que elas vejam em mim essa pessoa que pode ser a extensão de suas lutas.
Além disso, criei em meu gabinete, os conselhos empresarial, sócio/sindical, religioso e econômico que permitem uma participação mais ativa da sociedade no mandato, opinando e votando as ações que devemos executar. Isso é envolver a população nas atividades do parlamento.
A.O – O que o motivou a fazer aquele seminário de prestação de contas dos primeiros seis meses de seu mandato?
J.A – Eu sempre fui defensor da transparência no poder público. Quero que a população saiba o que estou fazendo, analise a atuação de nosso gabinete e dê sugestões para que estejamos sempre melhorando nossas ações. Este primeiro Seminário superou nossas expectativas.
A.O – E o DEMOCRATAS, como está no Estado?
J.A – Está crescendo. Filiamos muitas lideranças este ano e vamos participar das eleições do ano que vem com ótimas chapas de candidatos à vereadores em vários municípios e pelo menos em dois (Acrelândia e Manoel Urbano) o DEMOCRATAS vai estar encabeçando a chapa majoritária.
Nosso partido tem assumido ser oposição ao projeto politico que esta aí, por isso aqui no Acre vamos para essa batalha de 2012 preparados e confiantes de que teremos grandes vitórias.
A.O – Todas as eleições são importantes, mas sem dúvidas, a que mais vai atrair as atenções em 2012 será a da capital, pelo fato de ter a maioria do eleitorado do Estado e a oposição ganhou da frente popular nas eleições para o governo. Qual a sua expectativa. O senhor acha que essa está ganha.
J.A – Negativo. Nós temos com certeza o melhor nome para administrar Rio Branco, o Tião Bocalom, que ganhou com boa vantagem do candidato da Frente Popular nas eleições de 2010 aqui na capital. Temos a consciência que vamos enfrentar um grupo que está no poder e que será capaz de fazer qualquer coisa pra permanecer no governo de Rio Branco.
Acho que estamos em vantagem, mas temos que ser sábios para transformar isso em vitória. Por isso, defendo a união dos partidos de oposição, a exemplo das eleições passadas, para irmos para essa disputa com apenas um candidato e definir as eleições no primeiro turno. Penso que o Bocalom conquistou o direito de ser nosso candidato, pois há muito vem se dispondo a colocar seu nome a disposição da oposição, contra a Frente Popular. Além disso, precisamos de um administrador igual a ele para mostrar para a população que nós podemos e vamos administrar bem Rio Branco. O sucesso desse novo modelo de gestão que queremos pra capital, é que vai nos fortalecer para conquistar o governo em 2014.
A.O – Falando em oposição, o senhor tem sido criticado por correligionários e seguimentos da imprensa por causa de algumas ações como a participação na caravana do governo pela BR 364 e ter discursado no palanque deles. Como é que o senhor ver essas acusações de dubiedade?
J.A – Primeiro quero te dizer que você está enganado. Eu não participei da caravana governamental. Eu fui para aquela viagem à convite do presidente da Assembléia Legislativa, o deputado Élson Santiago, por fazer parte da Comissão Parlamentar de Obras, como vice presidente. Concordei porque foi criada uma caravana da ALEAC e outros deputados de oposição disseram que iriam, e vi ali uma oportunidade de fazer uma fiscalização das obras que estão sendo realizadas. Infelizmente alguns colegas desistiram de última hora e como havia dado a palavra ao meu presidente que o acompanharia, preferi cumpri-la.
Quanto ao discurso que dei, eu fui convidado a ir para o palanque por mais de uma vez e mandei pedir desculpas ao jornalista Washington Aquino, que fazia o cerimonial porque preferia ficar embaixo. Fiquei observando de onde estava até que fui citado a dar uma palavra às pessoas que ali se faziam presentes.
Ao iniciar a fala fui bem claro ao dizer que aquela obra não pertencia a partido nenhum, sendo ele “A” ou “B” que ela era maior que qualquer político que ali se encontrava. Lembrei que no passado algumas pessoas, como minha mãe que é de Tarauacá, sonharam com a pavimentação da BR, em seguida outro conseguiu projetá-la, logo depois outro conseguiu começar executá-la, e o hoje, o governo a estava inaugurando parcialmente. Ressaltei ainda que os futuros governadores haveriam de ter a mesma responsabilidade, pois aquela obra não era de um governo, mas do povo e do Estado do Acre Demonstrei minha preocupação com a pressa em terminar a referida estrutura de pavimentação. Sou engenheiro civil e sei que isso pode prejudicar a qualidade da obra e culminar em sérios problemas futuros.
Fui à Cruzeiro do Sul e voltei pela estrada, fiz fotos dos locais que já apresentam problemas. Agora, quando precisar fazer um comentário sobre a BR 364, vou falar baseado no que vi e não pelo o que as pessoas falam.
A.O – Deputado, o fato de o senhor ser policial federal, causou muita expectativa sobre a sua atuação na Assembléia. Algumas pessoas esperavam que o senhor fosse um enérgico crítico ao governo e denunciante de ações ilícitas do executivo. Como é que o senhor vê isso.
J.A – Olha, eu tenho orgulho de fazer parte do quadro de funcionários de uma das instituições mais respeitadas do país, que é a Polícia Federal, da qual estou afastado para exercer meu mandato. Lá, quando acusamos uma pessoa, é porque estamos baseados em provas concretas da irregularidade. Não adianta ninguém esperar do Jamyl Asfury acusações levianas ou infundadas contra quem quer que seja, porque isso não vai acontecer. Não vou receber um bilhetinho ali no salão azul e correr para a tribuna e acusar alguém baseado naquilo. Pode ter certeza que quando eu acusar estarei munido de provas contra o acusado. E uma investigação não acontece de um dia para o outro. Eu, junto com minha equipe de gabinete, estamos apurando algumas denúncias que recebemos e, na hora certa, da forma correta, levarei para a tribuna para conhecimento de todos.
No mais eu, minha família, minha equipe e meus amigos sabem que eu tenho lado. Sou oposição ao governo que está aí, mas tenho consciência de que estou no parlamento para atender os interesses da população do meu Estado, fiscalizando, fazendo as críticas necessárias, mas também apresentando soluções. Acho que podemos fazer uma oposição ferrenha, mas coerente, primando pela verdadeira melhoria de vida das famílias acrianas.
A.O – O senhor pode fazer uma avaliação desse primeiro ano de mandato do governador Tião Viana?
J.A – Posso. Vejo muitas ações, mas poucos resultados. Eles já estão vivendo um desgaste político que é natural pra quem está há tanto tempo no poder. Muitas promessas que não foram cumpridas ainda estão na garganta e na consciência do povo. Acho que se fosse o nosso Tião, o Bocalom, estaria bem melhor, pois junto com ele nascia a esperança de uma vida melhor a todos os acrianos. Caminhei junto com o Bocalom na eleição do ano passado e, assim como ele nos conquistava a cada dia, também conquistava a todos quantos o conheciam.
Nós da oposição temos um projeto de desenvolvimento para o Acre que visa oferecer melhores condições de vida às famílias acrianas, investindo na produção, incentivando a implantação de indústrias e empresas de modo geral, para gerar emprego e renda e garantir a comida na mesa. Uma saúde com um atendimento tecnológico adequado, humanização no tratamento com os pacientes, valorização do servidor público e a garantia de tantos outros serviços e obras que levantam a auto estima de nosso povo e as fazem ter uma vida feliz.
A.O – Falando assim parece que o senhor pretende ser governador.
J.A – E qual o político que não sonha em governar seu Estado? Minha formação acadêmica, capacitações profissionais e experiência de vida, me qualificam para isso. Mas veja bem, eu quero governar, e penso que quem governa é um grupo de pessoas capacitadas e comprometidas com o Estado, seguindo um líder. Não importa se seja eu ou outro, mas um membro desse grupo, focado no desenvolvimento social e econômico do Estado. Eu ainda sou novo. Deus e nossas ações é quem fazem agente crescer ou diminuir na política. Eu espero continuar crescendo.
A.O – Como é ser um deputado pastor? Como é que o senhor concilia essas duas funções. E outra coisa, os evangélicos não falavam que a política era coisa do diabo?
J.A – No começo de nossa conversa, te falei as três promessas que fiz durante minha campanha. E a primeira foi que eu nunca deixaria Deus em segundo plano na minha vida. Dá pra conciliar sim, se não desse eu não estaria deputado. Acho até que minhas ações na Obra de Deus estão mais intensas do que antes. Sou um dos discípulos do pastor Agostinho, na Igreja Batista do Bosque e lá nós trabalhamos com células e no modelodos 12, no qual cada discípulo lidera um grupo de membros da igreja que nós chamamos de geração. A minha e da minha esposa, que é a Geração Amor, pra honra e gloria de Deus, tem crescido muito. Hoje nós cuidamos de algo em torno de mil e cem pessoas e mesmo com as obrigações que tenho como parlamentar, estamos buscando conquistar muitas outras pessoas para pra terem uma vida melhor por meio Jesus Cristo.
Quanto ao que se falava que a política era coisa do diabo, isso foi um erro que muitas igrejas cometeram. Falava-se também que o dinheiro e a televisão não eram coisas de Deus e por isso perdemos tempo, espaço e oportunidades. A bíblia nos ensina que todo cargo de poder é constituído por Deus, por isso, nossa visão hoje é que nada melhor para Ele do que colocar pessoas com o caráter transformado para cuidar do povo. Eu creio que um homem justo de verdade ainda vai administrar nosso país e nosso Estado.
A.O – Quem lhe conhece mais de perto, comenta que o senhor é um homem que preza pelos princípios familiares, que demonstra ser um defensor do amor no lar e da idéia de que a estrutura de uma sociedade começa na família. O senhor pensa isso mesmo.
J.A – Eu amo a minha esposa, meus filhos e faço questão de demonstrar isso a eles e a todos. Eu acho que tudo começa a partir daí. É prazeroso renunciar a ambições e desejos pessoais e se entregar a maravilha que é ter uma família feliz. Amar de verdade esposa, filhos, pais irmãos. Esse foi o projeto de Deus para a humanidade.
A.O – Deputado pra encerrar, qual a mensagem que o senhor deixa apopulação acriana.
J.A – Quero primeiro agradecer esse espaço que vocês me dão aqui para falar um pouco de minha vida e de meus ideais.
Ao povo do Acre quero dizer que na minha campanha em 2010, usei como slogan a frase “Eu Sou Por Você” e mantenho como marca do mandato porque eu quero fazer dele um instrumento de conquistas de todos os acrianos. Não quero ser apenas mais um que passou pela Assembléia.
Depois que passar esses quatro anos, eu posso até sair da política, não ser candidato a nada, mas quero andar nas ruas de cabeça erguida e ver as pessoas comentarem “Ali vai um político que fez a diferença do parlamento acriano”. Obrigado de coração por esse espaço e que Deus esteja sempre nos guiando para que possamos dar o nosso melhor para o Acre.
TEXTO E FOTO DE AILTON OLIVEIRA
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