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Com rombo aproximado de cerca de R$ 8,3 milhões, Unimed/Rio Branco poderá sofrer intervenção

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Médicos cooperados do plano de saúde da Unimed/Rio Branco estão em pé de guerra com a diretoria da Instituição. Com um rombo calculado pelos profissionais de saúde em torno de R$ 8,3 milhões em dívidas, a crise se aprofunda e, já ameaça o atendimento dos beneficiários do plano, que podem ficar sem atendimento a qualquer momento.


Mais da metade dos 174 médicos que atendem beneficiários do plano de saúde Unimed alegam que nos últimos anos, estão apenas pagando as contas da diretoria da instituição, que baixou recentemente, mais uma resolução que exige de cada médico cooperado, a quantia de R$ 10 mil – que teria como finalidade fechar o balanço da Unimed, no azul.

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No ano passado, cada médico cooperado teve que desembolsar cerca de R$ 13 mil para garantir o equilíbrio financeiro da operadora de plano de saúde no Acre. Há quatro anos, a Unimed oferecia os seus serviços a mais de 36 mil beneficiários. Atualmente, a quantidade caiu para 26,4 mil. A Unimed/Rio Branco chegou a receber intervenção da Agência Nacional de Saúde (ANS), em 2010.


Nos últimos meses o confronto entre a diretoria da Unimed e os médicos se acentuou. Os profissionais reclamam do valor recebido pelas consultas, que teriam caído de R$ 50 – para R$ 21. Os médicos conveniados afirmam que se tornou inviável o atendimento pelo plano de saúde, já que de acordo com eles, precisam pagar as contas e o plano, mais atrapalha que contribui.


No início desta semana, 50 médicos que estariam descontentes com a “falta de transparência da atual diretoria”, que de acordo com o médico Donald Fernandes “se mantém no comando da Unimed, através de artifícios judiciais”, convocou uma assembleia geral para o dia 07 de novembro, que teria como objetivo afastar a diretoria e levantar as irregularidades cometidas.


Hoje a Justiça do Acre impediu que os médicos cooperados da Unimed participassem da assembleia extraordinária. A ação foi movida pela presidente da Unimed Rio Branco, Euracy de Sousa Bonner, acatada pelo juiz de Direito, Giordane de Souza Dourado, que proibiu a realização da assembleia geral e condenou os médicos a pagar os honorários dos advogados da Unimed. [Veja decisão judicial – tj_unimede_29019956[1] ]


Permanecendo a queda de braço entre a diretoria da Unimed e os médicos cooperados a instituição poderá sofrer uma nova intervenção fiscal da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em razão de problemas econômico-financeiros apontados pelos médicos, que colocariam em risco o atendimento aos usuários do plano.


A intervenção não representaria impacto imediato para os usuários. O problema mais grave seria a saída dos médicos cooperados da Unimed, que ameaçam migrar para outros planos, provocando o esvaziamento de profissionais na Unimed, que poderiam levar a cooperativa à falência, o que os médicos afirmam não ser o objetivo do movimento.



Donald Fernandes afirma que diretoria estabeleceu ditadura na Unimed
“Esta diretoria permanece no poder a 20 anos. Os diretores estão se mantendo nos cargos com artifícios jurídicos e não tem como mudar. Se estabeleceu uma verdadeira ditadura na Unimed. Sempre que se convoca eleição estas pessoas que estão no comando da instituição, inventam um tipo de quesito que só eles possuem para se manter no poder”, desabafa o médico Donald Fernandes, um dos cooperados descontentes.


Segundo o médico, o objetivo da assembleia seria apenas afastar a diretoria provisoriamente e levantar todas as dívidas. “Ficou difícil para  o médico apurar, já que os profissionais só tem direito na hora de pagar as contas da cooperativa. Vamos voltar a nos reunir e ver o que pode ser feito. Falta transparência nos gastos da diretoria que não informa aos médicos cooperados, quais seriam estes gatos que deixam a instituição sempre no vermelho.


Nem mesmo o conselho fiscal da Unimed teria acesso às planilhas do que entra e os pagamentos que são feitos pela atual diretoria. Para entender os motivos da necessidade de realizar o pagamento, o conselho fiscal solicitou documentos com a receita da Unimed, mas segundo informações dos médicos, a direção da instituição não entregou os documentos.

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Com a decisão judicial, os médicos voltarão a se reunir para decidir qual será o próximo caminho a seguir para evitar que os usuários sejam prejudicados. A clínica infantil Urgil, suspendeu o atendimento de beneficiários do plano de saúde da Unimed Rio Branco, assim como alguns consultórios particulares que pediram descredenciamento.


Ray Melo, da redação de ac24horas – raymelo.ac@gmail.com


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