O sonho de morar na casa própria virou pesadelo para as cento e vinte famílias que ocupam desde agosto passado, a unidades habitacionais do loteamento Mutambo, conjunto habitacional localizado no início da estrada do Quixadá, construído dentro do programa “Minha Morada”.
Entregue as famílias no dia 17 de agosto de 2011, o conjunto apresentou, em pouco mais de dois meses de ocupação, problemas que não deveriam aparecer num bairro recém construído. Os moradores reclamam que desde que mudaram para o novo endereço, precisam comprar água nos caminhões pipa para garantirem o abastecimento.
“Depois desses dois meses, ontem é que caiu um pouco de água aqui. Passei semanas comprando 500 litros por R$15 reais”, reclamou a funcionária publica Marilene Rocha, que saiu do bairro Tangará para o novo conjunto.
Em duas das seis ruas do conjunto, um lamaçal dificulta a passagem de pedestres e tira a beleza do lugar. Todas as ruas foram pavimentadas, mas nessas duas, a rede de abastecimento estourou obrigando a empresa responsável pela obra a iniciar um trabalho de recuperação da rede.
As máquinas jogaram o barro sobre o asfalto e com as chuvas, o barro virou lama.
Dono da empresa se irrita com reportagem
Na manha desta quinta-feira, operários da empresa Engecal, que executou a obra pelo valor de R$ 5,5 milhões, trabalhavam na recuperação de parte da rede de água. O serviço foi acompanhado de perto pelo engenheiro Jorge Thomás, dono da empresa, que não gostou nada da presença da reportagem no local.
Perguntando porque o conjunto recém construído apresentou problemas na rede de abastecimento, Thomás disse que esses problemas são comuns, mas que já estavam sendo reparados, e acrescentou: “Voces vem aqui pra tentar tirar alguma coisa de negativo. Eu já fui diretor de empresa de comunicação e sei como isso funciona. Olha meu amigo, vá lá com o pessoal do governo e eles vão te responder tudo, aqui a empresa está trabalhando e pronto”, disse ele encerrando a conversa.
Diretor de obras diz que se contrato não for cumprido, dinheiro não será liberado
O diretor de obras da Secretaria de Habitação, Marcelo Menezes, disse que o governo está fiscalizando de perto a execução da obra, que embora já tenho sido entregue, não encerra o contrato de responsabilidade. Ele garantiu que somente quando os problemas forem reparados, é que a SEHAB irá liberar o restante do dinheiro referente ao contrato.
“Se a empresa não cumprir o contrato, será penalizada. Se não fizer os reparos necessários a gente não libera o dinheiro. A obra foi entregue sim, mas a responsabilidade da empresa com o loteamento é de cinco anos a partir da entrega”, lembrou ele.
Falando sobre a falta de água, Menezes disse que o Saerb está operando normalmente para aquela área. Uma equipe do Saerb que esteve no conjunto hoje pela manha, disse que oficialmente a obra ainda não foi entregue ao Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco.
Jairo Barbosa – jbjurua@gmail.com
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