A prefeitura de Rio Branco autorizou gastos de R$ 100 mil na contratação, por carta convite, da empresa A.J. Comércio e Serviços de Construção Ltda para estruturar um galpão provisório para acomodar os feirantes do Mercado Flávio Pimentel – em reforma no Bairro 06 de Agosto.
Mas o local provisório não oferece condições mínimas de higiene sanitária. Teto, paredes e pisos são inadequados aos serviços praticados no ambiente. Ali – além da comercialização de grãos como arroz e feijão e serviços de açougue – existe a manipulação direta de alimentos que são preparados para refeições e lanches.
Procurado pela reportagem, o diretor do Departamento de Vigilância Sanitária do próprio município, Edson Carneiro, afirma que não houve fiscalização do galpão “porque o município não teria solicitado inspeção”.
Mas foi mesma vigilância que atuou durante a feira agropecuária do Estado, Expoacre 2011, só permitindo o funcionamento de alguns espaços mediante inspeção e liberação de Alvará Sanitário Provisório. E a feira dura apenas nove dias, enquanto o galpão do 06 de Agosto tem previsão de funcionar até agosto de 2012, prazo previsto para entrega das obras de reforma do prédio original. O galpão funciona sem autorização sanitária há cinco meses, ofertando risco à saúde dos consumidores que frequentam o ambiente.
Há menos de um mês, uma publicação oficial, divulgava punição imposta pelo órgão de fiscalização sanitária de Rio Branco a Drogaria Globo, localizada no Bairro Bosque, por infligir itens sanitários. A drogaria possui uma moderna infra-estrutura, mas o município demonstrou rigor que agora está ausente no caso do mercado do Bairro 06 de Agosto.
Os comerciantes reclamam de queda de até 70% no movimento e da impossibilidade de acesso de seus clientes ao local nos dias de chuva por falta de pavimentação asfáltica. “Com esse barro aí os clientes não aparecem”, disse uma vendedora que só quis falar sob a condição de anonimato. “Tenho medo de perder meu Box”, afirma.
A reforma do Mercado Flávio Pimentel custa R$ 905 mil aos cofres públicos e segundo José Alves da Modelle Construções e Comércio Ltda – responsável pela obra – a empresa trabalharia com 13 funcionários em regime de oito horas diárias. Alves, que se identificou com sendo o mestre de obras, diz acreditar na conclusão dos trabalhos antes do prazo previsto pelo contrato.
Texto e fotos: Edmilson Alves, de Rio Branco-Ac
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Redação de ac24horas