Um estudo de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (PPG-MDR) da Universidade Federal do Acre, realizado por Maria do Perpétuo Socorro Alves da Fonseca em 2008 na Floresta Estadual do Antimary desaconselha o Manejo Florestal na reserva. O documento foi disponibilizado essa semana pelo site da Ufac.
O objetivo do estudo foi o de revelar a percepção dos habitantes de uma floresta pública manejada por empresas privadas, sobre os benefícios ambientais, sociais e econômicos, advindos da certificação, Forest Stewardship Council (FSC).
A pesquisadora utilizou-se de estudo de caso coletando dados primários diretamente junto à população da Floresta do Antimary revelando como fato ‘inédito’ a exploração de floresta pública por empresas privadas.
O estudo afirma que o Governo do Acre criou entre as populações tradicionais um elemento novo, os vendedores de árvores – os moradores da floresta – que recebem pagamento por árvores extraídas de suas colocações e com o excedente teriam investido na pecuária, atividade que ajudaria ainda mais na devastação das matas.
O estudo assegura que os moradores da Floresta Estadual do Antimary seriam “desprovidos do conceito de sustentabilidade” e não perceberiam “como positivos os impactos da certificação florestal”.
O último parágrafo da conclusão afirma: “Baseado na experiência da FEA [Floresta Estadual do Antimary] este estudo não recomenda a aplicação de manejo florestal, na modalidade empresarial em floresta pública com população.
É possível que o ineditismo dessa modalidade de exploração de florestas públicas criada pelo Governo do Acre explique o porquê de justamente o Governo de Jorge Viana liderar os números de devastação do Estado, registrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desde 1987.
Edmilson Alves, de RioBranco-Ac
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Redação de ac24horas