Uma pesquisa realizada no ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que Rio Branco e Teresina (PI), assumem a décima posição no ranking das capitais brasileiras onde os estudantes mais sofrem bullying. O resultado desse estudo mostrou que 30,8% dos alunos entrevistados declararam ter sido vítimas desse tipo de agressão.
O bullying compreende comportamentos com diversos níveis de violência, que vão desde chateações inoportunas ou hostis até fatos agressivos, sob forma verbal ou não, intencionais e repetidas, sem motivação aparente, provocado por um ou mais estudantes em relação a outros, causando dor, angústia, exclusão, humilhação e discriminação.
Para combater o problema, o Ministério Público do Estado do Acre, por meio da Promotoria Especializada da Infância e Juventude, idealizou o projeto “Bullying não é brincadeira”, que tem por objetivo conscientizar os alunos sobre os efeitos negativos dessa prática, além de orientar os educadores sobre como identificar atos de bullying. “A gente percebeu que o problema cresceu, e penso que o momento é de alertar e saber identificar quando um estudante está sofrendo bullying”, disse a Procuradora- Geral Adjunta para Assuntos Administrativos, Kátia Rejane de Araújo, que já atuou na Promotoria da Infância e Juventude.
A primeira ação do projeto é uma palestra, que será realizada nesta quinta-feira (20), a partir de 8:30 h, na escola estadual Armando Nogueira, em Rio Branco, direcionada aos profissionais de educação da rede municipal e estadual. Os educadores serão orientados a, primeiramente, promover a conscientização entre os alunos, como medida de prevenção. Outra recomendação é que se observe o comportamento individual dos alunos, a fim de identificar as vítimas e agressores, além das providências que devem ser adotadas nesses casos.
A palestrante será a promotora de Justiça da Paraíba, Soraya Escorel, que desenvolve projetos de combate ao bullying em seu estado. Com atuação na promotoria da Infância e Juventude, Soraya Escorel defendeu a inclusão das denúncias desses casos, em todo o país, no Programa Disque Denúncia Nacional-Disque 100, que passou a receber esse tipo de reclamação, a partir de 2008.
Para Kátia Rejane de Araújo, a solução desse problema depende da união de todos. “Nós estamos realizando este evento em parceria com a Secretaria Estadual de Educação, e estamos certos de que, é preciso o envolvimento de todos, inclusive dos pais. O projeto começa em Rio Branco, mas poderá ser estendido para o interior do Estado”, declarou a Procuradora.