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Prisioneiro do Estado

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Imagine você sendo preso injustamente e dentro da prisão, sob a custódia do Estado, jogarem água sanitária em seus olhos e somente sete meses depois ter direito de procurar um oftalmologista.


A história é real, vem sendo retratada pelo senhor Delizarte Lopes da Silva, que tenta reparar na Justiça, os danos sofridos desde que foi preso, no dia 04 de maio de 2004. E ela não termina aqui: depois de seis meses, ao fazer uma cirurgia no mesmo olho, seu Delizarte ficou praticamente cego, tem apenas 20% da visão. Ele processou a oftalmologista, Dra. Silvia Jorge Torres e também busca reparos morais.

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– Tudo de ruim que pode acontecer na vida de um cidadão aconteceu comigo – contou Delizarte.


Pior é que depois de tantas humilhações, o ex-sindicalista vem sofrendo nos Postos de Saúde. Ele acumula dezenas de receitas com medicamentos que não existem na rede municipal e estadual. A cirurgia de transplante que estava marcada para o mês de dezembro de 2009 até hoje não aconteceu, segundo a defensoria pública, por que faltava material cirúrgico. Todas as declarações são acompanhadas de documentos que Delizarte carrega debaixo do braço, atrás de Justiça.


– Quero antes de morrer que seja reparado os danos morais e materiais que sofri com a perseguição imposta por esse Estado injusto – desabafou.


O ancião procurou o Conselho Regional de Medicina para pedir punição contra a Dra. Silvia Jorge Torres, a quem ele afirma ter procurado várias vezes após a realização da cirurgia em seu olho. “Ela não resolveu o meu problema”, relatou.


No dia 01 de setembro deste ano, sem se cansar em sua luta por Justiça, Delizarte procurou a Promotoria Especializada de Defesa da Saúde, onde também prestou um termo de declaração, desta vez, reclamando pela falta de medicamentos nos Postos de Saúde.


– Já tem três meses que tento pegar medicamentos na Secretaria de Saúde e sempre me informam que não está disponível – disse o ancião.


Ele afirma que precisa dos remédios por que ainda não fez o transplante de córnea e que não tem condições de comprar o systane 1,5 ml, Ibuprofeno 300 mg e o Venomaz. Ao procurar a imprensa, seu Delizarte disse que tenta sensibilizar as autoridades do Acre.


– Quero ver se alguém tem coragem de me ajudar depois de tanto sofrimento e humilhação – declarou.


Jairo Carioca – da redação de ac24horas
jscarioca@globo.com


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