A promotoria especializada de defesa da saúde instaurou vários procedimentos administrativos que demonstram entre outras coisas, como anda a saúde do Estado. A população resolveu colocar a boca no trombone e busca no Ministério Público os reparos para suas necessidades que vão desde a falta de medicamentos até a realização de cirurgias no Hospital das Clinicas. Visitas técnicas feitas por profissionais do órgão investigador já constataram a existência de máquinas quebradas. O Ministério Público Estadual averigua casos de negligência médica.
Em um dos relatórios que a reportagem teve acesso ficou constatado que as duas máquinas de autoclave do Hospital das Clinicas estavam quebradas. As máquinas servem para fazer a esterilização de todo o material utilizado dentro da Unidade pelos profissionais da saúde. O mais grave é apontado no mesmo relatório, duas máquinas que foram doadas ao Estado, encontram-se sem funcionamento por falta de técnicos capacitados e do manual de instruções. Segundo o Ministério Público Estadual, a direção do hospital desconhece o doador das unidades.
Outra denúncia grave que vem sendo objeto investigatório é do senhor Emer de Oliveira Pinheiro Sales. Ele afirma que há conduta irregular dos diretores da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia – UNACOM – Hospital do Câncer. A suspeita é que a unidade não esteja adequada de acordo ao RDC/ANVISA. O promotor Glaucio Ney Shiroma Oshiro solicitou informações junto a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a Associação Brasileira de Física Médica.
Duas matérias que foram divulgadas pela reportagem também estão sendo alvos de investigação. A primeira que informou o acúmulo de mais de cinco mil exames na CECON para prevenção do câncer de colo uterino, divulgada no dia 07 de setembro; a segunda, da dificuldade de acesso a consultas médicas na área de otorrinolaringologia, divulgada dia 21 de agosto.
O Superintende do Hospital das Clinicas, o fisioterapeuta Carlos Eduardo Alves é um dos homens de confiança do governador Tião Viana. A instituição passou por uma reestruturação que durou cerca de seis anos e que custou aos cofres públicos, mais de R$ 30 milhões. A obra foi inaugurada ainda na administração do ex-governador Binho Marques, do PT, mergulhada em um dos maiores escândalos da história, o da UTI no Ar que ainda é alvo de investigação do Ministério Público pelo desvio comprovado de R$ 1 milhão.
Jairo Carioca – da redação de ac24horas
jscarioca@globo.com
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