A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) apresentou na última semana, o relatório de atendimentos realizados pelo Programa de Tratamento Fora de Domicílio (TFD) de janeiro a julho de 2011.
O relatório dos sete primeiros meses apresenta dados consolidados indicando um crescimento importante em relação aos atendimentos prestados aos pacientes que necessitaram de atendimento fora do seu domicílio em 2010.
Participaram da apresentação a secretária de Estado de Saúde, Suely Melo, o secretário adjunto de Atenção à Saúde, José Amsterdam Sandres, a coordenadora da Diretoria Executiva da Sesacre, Celene Prado, a gerente do TFD, Ediná Monteiro, a gerente do Departamento de Vigilância em Saúde, Izanelda Magalhães, e assessores do gabinete do governador Tião Viana.
Durante todo o ano de 2010 foram registrados 4.530 novos processos intermunicipais, desses, foram atendidos 3.515, representando 77,59% de cobertura. De janeiro a julho deste ano os novos processos para tratamento fora de domicílio dentro do estado foram de 4.596, sendo que 2.492 já foram atendidos, mais 50% de cobertura, em apenas sete meses.
Já o demonstrativo dos processos interestaduais indica que, em 2010, 2.550 pacientes deram entrada para realizar procedimentos fora do estado e 2.107 foram atendidos. Em 2011, das 1.558 solicitações, 1.457 pacientes foram encaminhados para tratamento em outros estados.
Em 2010, foram investidos mais de R$ 3 milhões para atender 7.030 pacientes, juntamente com 4.920 acompanhantes, que fizeram tratamento de saúde na Capital do Acre. De acordo com o relatório, de janeiro a julho do ano corrente, os investimentos já passam de R$ 2 milhões, e os atendimentos foram de 4.984 pacientes e 3.483 acompanhantes.
Ainda no ano de 2010, para os pacientes que realizaram atendimentos nas unidades de referências em outros estados, foram gastos cerca de R$ 6 milhões, incluindo os acompanhantes – tanto para retorno, como para novas consultas. De janeiro a julho de 2011, o valor subiu para mais de R$ 7 milhões. Cada paciente e acompanhante representa para o cofre público um investimento de R$ 1.578,00, ao mês. Dependendo do caso, sai mais barato trazer o médico até o Estado do que deslocar o paciente.
“É importante destacar que do total de pacientes encaminhados todos os meses para Tratamento Fora de Domicílio, cerca de 40% vão realizar a primeira consulta, os outros 60% são pacientes que precisam fazer acompanhamentos periódicos”, esclarece a secretária de Estado de Saúde, Suely Melo.
Para a secretária, os custos de TFD são elevados, mas o Governo do Estado prioriza a saúde dos acreanos e vem trabalhando para ampliação e implantação de serviços de saúde para reduzir a necessidade de deslocamentos de muitos pacientes.
Ela destacou como exemplo os mutirões de cirurgias da equipe do Into que vem ao Acre de duas a três vezes por ano para realizar cirurgias de joelhos, quadril e coluna. A equipe do Hospital Real Português de Pernambuco, que é referência no país na área de cirurgia cardíaca, e vem realizando implantação e avaliação de marcapasso em mais de 150 pacientes.
Por último, ela lembra o programa Saúde Itinerante “Cuidando dos Seus Olhos”, que foi um “boom” na área de oftalmologia do Acre em mais uma iniciativa do governador Tião Viana. “Todos esses serviços oferecidos contribuíram para resolutividade do problema de saúde de muitas pessoas, além de diminuir a espera dos pacientes para atendimentos nessas especialidades”, diz a secretária.
A secretária finaliza dizendo que outros serviços com maior complexidade, como a cintilografia óssea, serão oferecidos no Acre pelo Sistema Único de Saúde (SUS), “a cardiologia é uma das maiores demandas do TFD, por isso estamos em fase de licitação de uma empresa para realizar esse procedimento aqui mesmo no estado, garantindo mais conforto e comodidade para os pacientes, que poderão fazer o tratamento perto da família”.
Para Ediná, o acréscimo na oferta de serviços do TFD foi possível devido à melhoria no acesso às ações de saúde. “O Governo do Acre vem priorizando as ações de saúde em nosso estado, oferecendo melhores condições aos pacientes, como por exemplo, a contratação de médicos para atuar nas unidades de saúde do interior. A elevação da oferta dos serviços facilita o diagnóstico e, por conseguinte, há um aumento nos números de pacientes referenciados”.
Ainda segundo a gerente, outro fator importante são as ações do Programa Saúde Itinerante que durante os atendimentos realizados nas localidades de difícil acesso identifica os pacientes com necessidades de transferência para tratamento ou continuidade de tratamento médico especializado, que não tem disponível em seu município de residência.
“É importante destacar que muitas vezes não há necessidade de deslocamento, pois a equipe do Programa Saúde Itinerante soluciona o caso no município de origem do paciente. Se não fosse o trabalho realizado por essa equipe, com certeza nossa demanda seria maior. O Saúde Itinerante é um divisor de águas na saúde do nosso estado”, enfatiza a gerente do TFD.
De acordo com Ediná, em junho deste ano, o Programa Saúde Itinerante realizou atendimento em Tarauacá, e muitos pacientes que estavam com processo de tratamento fora de domicílio formalizado tiveram seus casos resolvidos. Das 363 pessoas atendidas, 236 já aguardavam TFD. Após a ação da equipe 156 pacientes tiveram sua situação resolvida e somente 80 foram encaminhados para Rio Branco.
As especialidades com maiores demandas do programa de TFD no Acre são cardiologia, ortopedia, neurologia, oncologia. Cada paciente permanece em média de 5 a 15 dias nos locais de atendimento. A ajuda de custo para auxiliar o paciente no período em que está fora do estado é de R$ 300,00.
Sobre o TFD – O Tratamento Fora de Domicílio é um programa do SUS, destinado às pessoas que necessitam de tratamento especializado não disponível na localidade de origem. O paciente é encaminhado pelo médico da rede pública onde reside para um centro de maior recurso. O programa oferece consulta, tratamento ambulatorial, hospitalar e cirúrgico previamente agendado, passagens de ida e volta ao paciente e, se necessário, ao acompanhante, para que possa deslocar-se até o local onde será realizado o tratamento e retornar à cidade de origem, sendo também oferecida uma ajuda de custo.
Para ter acesso ao programa é necessário laudo médico, próprio do TFD, devidamente preenchido pelo médico solicitante, contato com o programa para providências e encaminhamentos e apresentação de documentação específica.
Mônica Araújo – Assessoria Sesacre