Maria das Graças Alencar de Araújo, 59 anos, é o retrato fiel do quadro caótico do atendimento no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco. A dona de casa deu entrada no hospital no dia 03 de agosto, sem conseguir defecar ou urinar. Depois de vários exames os médicos resolveram submetê-la a uma cirurgia, com o diagnóstico de pedra na vesícula.
Durante o procedimento os médicos descobriram que a paciente não tinha problemas na vesícula, e o diagnóstico passado para os familiares mudou. Segundo os familiares, no laudo apresentado os médicos alegaram obstrução intestinal, trocando em miúdos para os parentes: “nó no estomago”. Após o período de observação, Maria das Graças recebeu alta médica.
Mas os problemas da dona de casa estariam apenas começando. Com um inchaço na barriga e passando pelos mesmos problemas, sem defecar ou urinar, novamente Maria das Graças procurou atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do Segundo Distrito, de onde foi encaminhada novamente para o Huerb.
Depois de um longo período de internação, a dona de casa passou novamente por uma intervenção cirúrgica. Entre idas e vindas aos hospitais, segundo André Mauricio, filho da paciente, sua mãe já teria sido internada 15 vezes. A nova cirurgia aconteceu no dia 08 deste mês, e mais uma vez os familiares afirmam que os médicos não sabem qual o diagnóstico.
“Estão querendo dizer que é por causa dos remédios controlados que minha mãe toma que ocasionou o problema no estomago. Agora, as pessoas que estão atendendo minha mãe, dizem que ela não tem nada. O problema é que minha mãe está morrendo aos poucos naquela cama sem que os médicos descubram qual a doença”, diz André Mauricio.
Segundo o filho da paciente, por várias vezes tentou conversar com os médicos, “mas eles dizem o que ela tem”. Fizeram todos os exames e disseram que ela não tem nada. Será que vão esperar ela morrer para só daí tomar uma providência? Assinar “um atestado de óbito é muito fácil, porque não resolvem o problema”, questiona Mauricio.
André Mauricio reclama ainda do abandono e do descaso, tanto das autoridades quanto da imprensa local. Segundo ele, por várias vezes teria procurado emissoras de TV para pedir ajuda, mas em nenhuma das vezes teve seus apelos atendidos. “Nem mesmo as televisões mostram os problemas. Não sei de quem eles teem medo. Não sei mais a quem recorrer e a cada dia vejo minha mãe morrer dentro de um hospital que seria para salvar vivas”.
Ray Melo, da redação de ac24horas –[email protected]