Astrônomos americanos anunciaram a descoberta, nesta quinta-feira (15), do primeiro planeta em órbita de dois sóis, muito similar àquele onde vivia Luke Skywalker, protagonista da série “Guerra nas Estrelas”, segundo um estudo publicado na revista científica Science.
No filme, o planeta natal de Skywalker, Tatooine, era quente e desértico, mas este planeta, denominado Kepler-16b, é um mundo congelado, com tamanho similar ao de Saturno, que orbita dois sóis em um círculo quase perfeito, a cerca de 200 anos-luz de distância.
O planeta foi avistado pelo telescópio espacial Kepler, da Nasa, que monitora o brilho de 155 mil estrelas, destacou a pesquisa.
“Esta descoberta é assombrosa”, disse o co-autor da pesquisa, Alan Boss, do Departamento de Ciência de Magnetismo Terrestre, da Carnegie Institution.
“Mais uma vez, o que costumava ser ficção científica, virou realidade”, afirmou.
Embora astrônomos já tenham detectado planetas que eles acreditavam orbitar duas estrelas, nunca antes um planeta foi visto passando diante de seus dois sóis. Desta forma, esta descoberta traz a primeira prova real.
“O Kepler-16b é o primeiro exemplo confirmado, não ambíguo, de um planeta circumbinário – um planeta que orbita não uma, mas duas estrelas”, disse o co-autor do estudo, Josh Carter, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica.
“Mais uma vez, achamos que nosso sistema solar é apenas um exemplo da variedade de sistemas planetários que a natureza pode criar”, acrescentou.
Se Kepler-16b fosse habitado, as pessoas poderiam assistir a dois poentes, mas um cenário tal é altamente improvável, por causa da temperatura extremamente fria na superfície do planeta, que oscila entre -73 e -101 graus Celsius.
O clima gelado se deve, provavelmente, ao fato de que mesmo que o planeta tenha dois sóis que ele orbita a cada 229 dias e uma distância de 105 milhões de quilômetros, eles são menores e mais frios que o nosso sol.
Um dos sóis de Kepler-16b tem 20% a massa do nosso e o outro, 69%.
Enquanto o planeta os orbita, os dois sóis dançam um com o outro em uma “órbita excêntrica de 41 dias”, destacou o estudo, chefiado pelo cientista Laurance Doyle, do Instituto SETI (sigla em inglês para Busca por Vida Extraterrestre), da Califórnia.
Fonte: AFP