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A decadência da Igreja Católica

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A divulgação da pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas pegou os católicos de todo o Brasil de surpresa. O crescimento assustador dos Evangélicos no país direcionou o catolicismo a uma profunda reflexão. “A preocupação de nossa Igreja é intensificar a formação religiosa de católicos praticantes, que tenham formação religiosa”, disse o Padre Massimo Lombardi, em entrevista concedida ao ac24horas, em seu gabinete, na Igreja Nossa Senhora de Nazaré, no centro de Rio Branco.


No Acre os católicos desceram aos 50.73%, enquanto o número de evangélicos pentecostais subiram 24,18%. Os evangélicos tradicionais subiram 12,46%. Em Rio Branco, existem 41,99% de católicos. A proporção de católicos parou de cair entre os anos de 2000 e 2003.



Segundo o padre Mássimo, uma das estratégias utilizadas pela Igreja para esta formação é o estudo do evangelho. O objetivo é qualificar o praticante ao manuseio da Bíblia e ao entendimento da mensagem espiritual. Esta semana, a Igreja aprofundou estudo no texto de Êxodo, com a participação do teólogo Padre Shigue. Ainda como busca de manutenção de seus fieis, os Padres estudam a realização de celebrações mais vivas e animadas.

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– Tudo para que a pessoa que entre à Igreja tenha um encontro com Jesus Cristo. Percebemos que na América Latina, a pessoa se aproxima de uma religião através da emoção, do coração – destacou o Padre Massimo.


O Padre confirmou que esse relatório com números de fieis está sendo repassado ao Vaticano, através da rotina normal em que o Papa Bento XVI recebe os bispos de todos os países. Massimo citou as medidas tomadas pelo Papa aos casos de Pedofilia envolvendo a Igreja, mas segundo ele, os fatos vieram à tona muito mais por pressão midiática [no ano Sacerdotal] do que por pressão social.


– Esses casos são gerais, inclusive dentro da Igreja Evangélica há casos de pedofilia. Isso é fato vencido, as providências foram tomadas, não creio que tenha influenciado para as pessoas deixarem a Igreja – comentou.


O Padre questiona alguns pontos da pesquisa, entre eles, o de confiabilidade na Instituição. A Igreja Católica subiu para o segundo lugar no ranking de instituições mais confiáveis no Brasil. “Antes a Igreja ocupava o sétimo lugar, só perde para as Forças Armadas e ganha de longe do governo federal”, citou o Padre.


Massimo não acredita que exista ateísmo, ele analisa o aumento no número de pessoas sem religião [10.82% no Acre] as propostas mercantilistas e interesseiras de algumas Igrejas “que desmoralizam todas as instituições”, acrescentou.


O Padre diz que o católico tem que ser apaixonado por Jesus Cristo. Ele lembrou que na atualidade ninguém quer mais saber de sacrifício e nem de renúncia. Ele critica o mundo neoliberal que busca resultados imediatos e sem o sacrifício.


– Jesus continua dizendo, você quer me seguir, venha atrás de mim, mas não tenha medo basta carregar sua cruz sem arrastá-la, mas de cabeça erguida com confiança e alegria – pregou.


No final da entrevista, Massino alfinetou Igrejas que pregam vida fácil, de alivio e soluções imediatas e que oferecem o fim do sofrimento e felicidade plena. “Isso é o x da questão, mas a verdade vos libertará, que viverá, verá”, concluiu.


Fenômeno acontece pela necessidade de se praticar a fé


ac24horas procurou o teólogo evangélico, Pastor Paulo Machado, secretário da Associação dos Ministros Evangélicos no Acre para saber como o grupo recebeu os resultados da pesquisa. Para ele, “o fenômeno é da necessidade do ser humano desenvolver a sua religiosidade, mas que ela atenda as necessidades formais de resistências”, disse o Pastor.


Machado acredita que o crescimento dos evangélicos, o decréscimo dos católicos e o número daqueles que não tem confissão religiosa definida ou que dizem não ter religião, se dá pela maneira como o ser humano se envolve na religião.


– A dinâmica produzida pelo movimento evangélico tem provado que é maior, satisfaz mais as necessidades psíquicas do ser humano, do que a que o catolicismo tem produzido, por isso que a Igreja Católica ficou assustada com os dados da pesquisa – afirmou o teólogo.

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O Pastor disse não ter dúvidas de que a Igreja Católica vai rever o seu método de trabalho para tentar frear esse fenômeno. Aprofundando sua resposta, ele também citou o surgimento dos movimentos pentecostais e neopentecostais e, por último, o neodenominacional, como influentes desse crescimento.


– A Igreja católica mantinha um movimento estático e o evangelho trouxe essa dinâmica de mais liberdade. A religião deixou de ser um processo de exteriorização social para interiorização relacional, onde o homem pode se relacionar com Deus de forma mais direta – comentou o Pastor.


Os evangélicos estão em campo para aperfeiçoar ainda mais esse movimento. O desafio, segundo Machado, é de poder produzir a unidade, consenso do pensamento cristão entre as mais diversas lideranças do Estado. Para isso, eles já cumprem uma grande agenda no interior, “para que se possa ter uma organização sólida, firme e com participação maciça dessa expressão de 43% dos evangélicos no Acre”, concluiu o Pastor.


Jairo Carioca – da redação de ac24horas
[email protected]


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