O ouvidor da Secretaria de Direitos Humanos do Acre (SEJUDH), Valdeci Nicácio, um dos mais assíduos defensores do assunto no estado, foi flagrado por internautas usando um capacete com o mascote dos matadores de policiais: o Coringa. Os críticos não deixaram por menos e repercutira o caso nas redes sociais.
Procurado, Nicácio não gravou entrevista sobre o assunto, mas confirmou que o capacete é dele e que não é matador de policiais, nem apoia esse tipo de crime. Segundo o servidor, essa é uma retaliação às ações dele enquanto representante dos Direitos Humanos e, mais que isso, uma ação de quem tenta distorcer as coisas.
O caso replicou principalmente nas cadeiras da Polícia Militar do Acre, e o corregedor-geral, coronel Ulysses Araújo, foi às redes sociais comentar o que classificou com “indignação” contra a postura de um “cidadão” que recebe mais de R$ 7 mil para realizar a defesa dos direitos de criminosos e cidadãos que mantêm a ficha limpa.
“Quem ostenta esta imagem, seja onde for, apresenta-se como um homicida de policiais, é isso mesmo, ou, no mínimo, apresenta-se como quem venera bandidos que realizam esse ato tão vil (…) Fica patente que o Governo do Estado tem a obrigação e o dever de tomar uma postura enérgica a respeito desse fato”, escreveu o militar.
Na semana passada, após a morte de um agente penitenciário, Nicácio escreveu uma mensagem no WhatsApp em que chamou agentes de “irresponsáveis” por terem impedido a entrada de esposas de presos no complexo penitenciário da Capital, mesmo diante da ordem da Diretoria do órgão, que manteve a visitação no final de semana.
“Esse senhor é nosso ouvidor, e se tiver denúncias contra a gente, eles vem para cima, e perseguem até a gente perder promoção ou até ser desligado do sistema. Ostentar esse tipo de símbolo é dizer, mais uma vez, que os bandidos mandam, e que a polícia tem que obedecer. O governo para quase R$ 8 mil para esse sujeito fazer isso?”, questiona um servidor da Segurança Pública.
Nicácio esclareceu que o capacete utilizado por ele é um brinde recebido pelo filho durante um evento ocorrido no ano passado. Desde então, contou ao ac24horas, o acessório nunca foi utilizado e, agora, quando usado, toda a repercussão negativa. A reportagem viu que Nicácio já está utilizando outro capacete, desta vez, de cor preta.