A divisão dos cargos federais herdados da administração da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) continua gerando embates acalorados dentro da oposição. Parte do bloco de oposição que virou situação com a saída do PT da Presidência da República está revoltada com o senador Gladson Cameli (PP) que defende a permanência de Taumaturgo Lima (PT), como superintendente do Ministério do Trabalho no Acre.
A repercussão da posição de Cameli foi imediata e provocou muitas reuniões de líderes partidários que esperam ávidos pela possibilidade de indicarem os cargos que estavam há mais de 12 anos nas mãos dos cardeais da Frente Popular dos Acre (FPA), coligação controlada pelo PT, que indicava quem deveria dar as cartas nos órgãos federais, como Incra e Ministério do Trabalho, pastas importantes para movimentação política.
Procurado pela reportagem, Gladson Cameli confirmou o apoio a Taumaturgo Lima. O senador destaca que faz uma política diferenciada, preservando a meritocracia e a qualificação técnica para que os ocupantes de cargos públicos não sejam meros indicados de grupos políticos que não preenchem os requisitos, consequentemente atrapalhando as atividades dos órgãos públicos em detrimento de política partidária.
“A questão é simples, antes de fazer parte de uma agremiação partidária, Taumaturgo Lima é um servidor de carreira do Ministério. Defendo a meritocracia e a qualificação técnica para ocupantes de cargos. Não podemos desprezar a qualificação de um servidor do órgão, e colocar um indicado político que não conhece o funcionamento desta pasta que é de fundamental importância para o trabalhador”, diz Cameli.
O senador destaca que os quadros profissionais das instituições devem ser observados com atenção e os cargos de chefia devem ser preenchidos por pessoas que trabalham e conhecem o funcionamento dos órgãos públicos. “Desta forma estaremos prestigiando os servidores de carreira. Eles são capacitados, conhecem a rotina de trabalho e merecem este reconhecimento público”, finaliza Gladson Cameli.