João Renato Jácome
A aposentada Raimunda Silva, de 80 anos, passa por momentos difíceis desde a última quarta-feira, dia 20. Ela foi despejada da casa em que vivia com a família. Com o atraso no pagamento do “Aluguel Social” da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDS), a idosa precisou dormir numa área de barro. Ao saber dos atrasos, no início do mês, e temendo ser expulsa da casa, Raimunda sofreu um derrame, o que, agora, a deixa com dificuldades para falar.
“Eu estava em casa quando a mulher chegou e perguntou se eu ia sair. Eu disse que não, e foi quando ela me disse assim: ‘a senhora vai ser despejada. Tem que tirar suas coisas da casa porque o governo não paga o aluguel já desde novembro e a gente não aguenta mais. A gente precisa que vocês desocupem a casa’. Foi quando eu fiquei desesperada e passei muito mal. Eu nessa idade, sendo despejada, é uma vergonha para mim”, diz a idosa, emocionada.
Procurado, o secretário da SEDS, Gabriel Maia, explicou que uma equipe foi destacada para conversar com a família e encontrar uma solução. Ao chegar à residência da idosa, a equipe já havia ido embora, mas antes recolocaram os poucos móveis novamente dentro da casa, contrariando o que informou o proprietário, à família da aposentada. A SEDS não informou se Raimunda será contemplada com uma casa popular.
A sobrinha da idosa, Adriana Paolino, disse que o problema com atrasos não é atual. “Isso já vem acontecendo há quatro anos. No fim de 2015, tiraram a gente porque disseram que já tínhamos completado quatro anos, aí quer dizer que quem tem quatro anos já perde os direitos? Complicado! A gente só vai falar de agora, que fomos despejamos. O que ela precisa é de uma casa, porque senão ela vai morrer nessa situação. Ela precisa de pelo menos essa alegria”, diz a jovem.