Dando continuidade a uma das várias frentes de investigação da Operação Lava Jato, numa ação de busca e apreensão na sede da empreiteira Camargo Correia, em São Paulo, a Polícia Federal encontrou várias planilhas com nomes de políticos em supostas anotações de repasses de dinheiro. Entre os nomes que constam na lista, aparece o deputado federal Sibá Machado (PT-AC), além de políticos rondonienses como o do senador Valdir Raupp (PMDB), o deputado federal Rubens Moreira Mendes (PSD) e Rodrigo Melo Nogueira (PDT), ex-superintendente do Trabalho e Emprego em Rondônia e sobrinho do ex-prefeito de Guajará Mirim, Dedé de Melo. As informações e planilhas constam na Edição do Jornal O Estado de São Paulo desta terça-feira, 9.
Além de Sibá Machado, as planilhas contem o nome do vice-presidente Michel Temer (PMDB). A assessoria do Planalto nega qualquer envolvimento de Temer com a empresa investigada.
LEIA TAMBÉM: PT repassou R$ 855 mil de empresas envolvidas em
corrupção na Petrobras para a reeleição de Sebastião Viana no Acre
Nesta ação, segundo levantamento, a PF não faz nenhuma análise sobre o documento porque os políticos mencionados detêm foro privilegiado perante os tribunais superiores – no caso dos parlamentares, o Supremo Tribunal Federal (STF) detém competência exclusiva para abrir investigação.
Sem autorização da Corte, a PF não pode investigar deputado nem senador.A PF apenas juntou aos autos da Operação Lava Jato o documento apreendido na empreiteira, que é alvo da investigação por suspeita de ter integrado o cartel que assumiu o controle dos maiores contratos da Petrobrás.
De acordo com o Jornal O Estado de São Paulo, não há nenhuma menção nas planilhas encontradas na empreiteira a um suposto caixa 2 ou pagamento de propinas. São nomes lançados ao lado de valores.
Na apreensão, a PF também encontrou planilhas que apontam doações que teriam sido feitas pela empresa a políticos do PT, PSDB, PMDB, DEM, PDT e PT nas eleições de 2012.Os nomes dos políticos aparecem em tabelas, organizadas por partidos. Os políticos citados nas planilhas vem acompanhados por números isolados.
O criminalista Celso Vilardi, constituído pela Camargo Corrêa, disse que não iria comentar o documento apreendido pela PF porque não teve acesso a ele.
Procurado por ac24horas, Sibá Machado, que se encontra em Brasília (DF), disse por telefone que desconhece a planilha encontrada pela PF e nega qualquer envolvimento com a empreiteira Camargo Correia. “Eu não tenho qualquer envolvimento, eu desconheço essa lista e nunca tive qualquer contato com os proprietários dessa empresa ou representantes”, disse o parlamentar petista aparentando está desconfortável com a abordagem jornalística.
Apesar de negar envolvimento, Sibá fez parte do Conselho Administrativo da Usina Hidrelétrica de Jirau, localizada em Rondônia, quem tem como sócia acionista no empreendimento a Construtora Camargo Correia. Ele assumiu o cargo após Marina Silva deixar o Ministério do Meio Ambiente no governo Lula e assumir a vaga ocupada no senado ocupada por Sibá, na época suplente.
Confira os documentos vazados da Operação Lava Jato