Sebastião Viana, 52 e seu irmão mais velho Jorge Viana, 55, ambos do PT-AC, não conseguiram esconder, durante os dias em que passaram no Festival Yawa, no rio Gregório, na Aldeia Nova Esperança, que a relação entre os dois anda mesmo abalada.
Em nenhum momento se viu os dois em uma conversa informal ou descontraída e foi difícil fotografar os filhos de dona Silvia e seu Wildy juntos, a não ser em alguns momentos oficiais, como na inauguração da marcenaria da Aldeia Nova Esperança.
O senador, com semblante sempre fechado, observava muito, enquanto o governador, com cara de “pouco amigo” parecia se sentir incomodado com a presença do irmão.
Até durante o ritual religioso de Uni (Ayahuasca) os dois ficaram distantes. Durante os quase dois dias que ficaram junto, os irmãos Viana eram a prova de que nem Deus e tampouco religião parecem dar jeito em egos, especialmente, quando se trata de relação de poder em que estão em jogo interesses individuais.
A animosidade entre os irmãos Viana também é evidente nas agendas de governo. Não se sabe se pela falta de convite ou birra, Jorge quase não participou das agendas do irmão. A última vez, antes do Festival Yawa, em que os dois apareceram na mesma atividade política foi durante a visita do ex-presidente Lula ao Acre, no mês de agosto.
Durante recente entrevista em um programa de TV, Jorge Viana confessou estar insatisfeito com algumas coisas da administração de Sebastião Viana. O senador petista criticou a postura de alguns secretários de Estado e disse que gostaria de participar mais do atual governo. As declarações azedaram ainda mais a relação entre os dois.
Por outro lado, Sebastião Viana é do tipo que não aceita muita sugestão, nem mesmo a do experiente irmão, e vai levando a administração pública ao seu modo. Mas não consegue esconder a insatisfação com o irmão.