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Orleir Cameli: uma vida de vitórias, glórias e polêmicas

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Luciano Tavares – da redação  de ac24horas
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O ex-governador do Acre – período de 1º de janeiro de 1995 a 1º de janeiro de 1999 -, Orleir Cameli (64 anos) faleceu vítima de uma parada cardiorrespiratória, ocasionada por um câncer no intestino, na manhã desta quarta-feira (8), em Manaus, na casa de sua mãe, ao lado de familiares. Ele lutava contra a doença desde o ano passado. “Ele não queria mais comer. A gente teve que colocar uma sonda, mas ele não queria mais comer nada”, disse Gladson Cameli ao contar um pouco dos últimos dias de vida do seu tio.


Desde que resolveu entrar para a política em 1992, o empresário largou uma vida tranqüila e de paz para conviver com a maldade e acusações de opositores que não aceitavam um caipira do interior governar o Estado.

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Durante seu governo enfrentou uma oposição forte na Aleac, comandada na época pela então deputada petista Naluh Gouveia, hoje conselheira do Tribunal de Contas do Estado. Ela chegou a acusar o governante de possuir vários CPF’s, de promover trabalho escravo em sua terra e de atos de corrupção.


Entre tantas acusações contra o Barão do Juruá, uma chamou a atenção: a apreensão de um avião Boeing 727-247, com capacidade para 172 passageiros e valor estimado em US$ 10 milhões, que prestava serviços para a empresa TCA, ligada à família do então governador do Acre. O avião foi autuado pela Receita em agosto de 1995 no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), com contrabando de computadores e outros equipamentos eletrônicos.


orleir_450Depois disso Orleir enfrentou pedido de impeachment por supostos crimes de peculato e improbidade administrativa por causa  de  possíveis  irregularidades em convênios assinados entre a Prefeitura de Cruzeiro do Sul e o Governo do Acre e para diversos setores do Estado.


Apesar de suas ações mostrarem que era um político de causas populares, a oposição, tendo a frente a militância do Partido dos Trabalhadores impediu avanços e causou muitos problemas para o homem que fez duas estradas em apenas um mandato de quatro anos pela metade do dinheiro que hoje o PT usa na conclusão da BR 364.


Mesmo tendo sido afastado da vida pública por movimentos políticos e pressão de lideranças petistas, Cameli continuou mantendo laços empresariais nas  administrações pública nos últimos 12 anos. Foi responsável por várias obras e recentemente teve seu nome envolvido em supostas irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), nas obras de pavimentação da BR-317, que interliga os municípios de Boca do Acre, no Amazonas, ao Acre.


Mas contestou todas as acusações ao dizer que “assim que foi licitada, essa obra passou por uma auditoria do TCU, que argumentava superfaturamento nas planilhas de produtos e preços. Nós apresentamos defesa e foi provado que nossos valores tinham como referência o próprio Dnit através de uma comparação com a Sistema de Custo Rodoviário (SICRO-2/AM). Nesse primeiro momento, foi sugerido que a Colorado reduzisse o valor do seu contrato em R$ 15 milhões. Para não paralisar a obra, acatamos as exigências do TCU e já contabilizamos um prejuízo de R$ 8 milhões”.


Vítima de várias tramas


O jornalista Luiz Carlos Moreira Jorge, que escreve sobre política há mais de 30 anos, conheceu bem o governo de Orleir. De acordo com ele, não houve governo mais perseguido por tramas que o governo do “Barão”. Em recente publicação em sua coluna, Moreira Jorge disse que “daria um livro as armações contra Orleir tramadas todas as tardes no gabinete de um procurador federal por políticos e jornalistas discutindo meios e artimanhas para desgastar o seu governo”. Ele se referia ao procurador geral da república no Acre, Luiz Francisco, responsável por todas acusações contra o ex-governador do Acre em nível federal.


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Infância no seringal


Nascido no dia 16 de março, em Cruzeiro do Sul, no seringal Belo Horizonte, na região do Alto Juruá, Orleir Messias  Cameli, era filho de  Marmud Ferreira Cameli e Maria do Patrocínio Messias Cameli.


Era casado com Bete Cameli. Tinha oito filhos: Orleilson, James, Erasmo, Orleir, Nizia, Claire, Elen e Linker Cameli. Alguns deles de outros dois casamentos.

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Orleir Cameli começou sua carreira política, em 1992, como prefeito de Cruzeiro do Sul, ao ser eleito, pelo PDC (Partido Democrata Cristão). Destaque entre os prefeitos do Acre, Cameli se candidata a governador em 1994, pelo PPR (antigo PDS e Arena). Seu adversário é o então senador e ex-governador Flaviano Melo (PMDB). A disputa acirrada vai para o 2º Turno, e Orleir vence o peemedebista com a diferença de mais de 30 mil votos.


Orleir Cameli assume o governo em 1º de janeiro de 1995.


Sua administração notabilizou-se por construir estradas. Foi no governo dele que as rodovias 317, que liga Rio Branco a Brasileia, e 364, que liga a capital ao município de Sena Madureira, foram asfaltadas.


Na construção das rodovias teve a oposição ferrenha da ala ambiental do PT, comandada pela então senadora Marina Silva, à época no Partido dos Trabalhadores.


Também teve destaque em seu governo a distribuição dos chamados kits escolares, incluindo bicicletas.


 


 


 


 


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