Servidores da unidade que fizeram a denúncia dizem que quatro pessoas teriam morrido infectadas; responsáveis pela UTI dizem que o óbito registrado seria de um paciente em fase terminal
Ray Melo,
da redação de ac24horas
[email protected]
Uma bactéria de alta resistência interditou oito dos 10 leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital das Clínicas. A denúncia é de servidores que informaram que há mais de oitos dias, apenas dois leitos estão liberados para receber pacientes.
Segundo as informações dos funcionários, quatro óbitos teriam sido registrados por infecção hospitalar poucos dias antes da identificação da bactéria. Os funcionários responsáveis pela unidade negaram o fato e afirmaram que a morte seria de um paciente em fase terminal.
De acordo enfermeira Celiane Maria, uma das responsáveis pela UTI, os dois leitos sem suspeita de infecção estariam ocupados. A bactéria seria de secreção traqueal. Quatro casos teriam sido registrados, segundo a médica Fátima Fagundes.
“A gente teve quatro casos de crescimento de uma cultura de secreção traqueal de uma bactéria multirresistente e, naquele momento, nós não tínhamos a solução para limpeza que estava em falta, inclusive no Brasil”, destacou a médica.
A bactéria seria de superfície e com medidas de limpeza comum, não teria como fazer a desinfecção dos leitos. “Achamos melhor parar as internações para fazer uma avaliação melhor e esperar a solução chegar para fazer a limpeza”, enfatiza Fátima Fagundes.
A médica não soube informar sobre a chegada da solução de desinfecção, dando uma previsão, que dentro de dois dias, o material deverá chegar a Rio Branco. O local deverá ficar isolado pelos próximos dias. Os casos mais graves estão sendo atendidos na semi-intensiva.
A UTI, que tem capacidade para receber 10 pacientes poderá sofrer um colapso nos próximos dias. Os médicos alegaram ainda, a falta de recursos suficientes para a demanda da área de saúde. Para os profissionais a área estaria precisando de mais atenção do Governo do Acre.
Superintendente do HC do Acre nega mortes e interdição de UTI de hospital
O Superintendente do Hospital das Clínicas, Carlos Eduardo Alves, disse hoje que o hospital não omitiu o aparecimento de uma bactéria conhecida como ACINETOBACTER. Ele negou, também que óbitos tenham sido registrados no HC por contado provocada pelo referido microorganismo e reafirmou que todos os 10 leitos da U.T.I. e também os 3 leitos da Unidade Semi-Intensiva do Hospital das Clínicas estão devidamente liberados e seguros para o atendimento dos pacientes graves do nosso estado”.
Leia nota:
“Esclareço a toda população que, considerando a eficiência do nosso Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e também do nosso Laboratório de Microbiologia, a bactéria descrita na reportagem trata-se da ACINETOBACTER, que foi prontamente identificada e isolada. Consequentemente, quando isso ocorre e por tratar-se de um microorganismo resistente a muitos antibióticos, os leitos são temporariamente interditados para uma desinfecção geral da Unidade de Terapia Intensiva;
Esclareço também que, nenhum paciente que foi a óbito na U.T.I. do Hospital das Clínicas teve morte provocada pelo referido microorganismo;
Por fim, esclareço que todos os 10 leitos da U.T.I. e também os 3 leitos da Unidade Semi-Intensiva do Hospital das Clínicas estão devidamente liberados e seguros para o atendimento dos pacientes graves do nosso estado”.
Atenciosamente,
Carlos Eduardo Alves
Superintendente do Hospital das Clínicas